segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Na cabeça
fazemos da vida um romance
omitindo algumas nuances:
as pancadas que a realidade dá.

Dos heróis
conhecemos as glórias
ambicionamos as suas vitórias
sem comer do pão que o diabo amassa.

domingo, 25 de agosto de 2013

Há tanto vazio no peito
que a solidão faz eco
gritando o seu nome.

sábado, 24 de agosto de 2013

Vazio

Às vezes sinto falta,
por um capricho qualquer,
pela simples necessidade de faltar.

Forma-se na estrutura da minh'alma
hiatos existenciais que eu reboco 
com a saudade de não sei o que.

Uma saudade vazia de objetos
como a brisa que não escolhe
onde passa e, quando passa, 
furta o calor dos corpos.

uma saudade sem porque nem quando.

Sinto uma falta,
e na falta que sentir me faz,
eu [me] perco.

sábado, 3 de agosto de 2013

Há noites em que me encontro tão prolífico
que requisito: serás eu, sereis tu, sereis eles?
Na ausência de respostas me omito.

Na impunidade da solidão, pois então,
roubo os versos desses eus que
não identifico.

Transeunte

Distraído,
por mim
a vida passa

me belisca
os sonhos e cobra:
aja.

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Vem e vai

Tudo que vem,
Tudo que vai,
no relógio que atrasa
o tempo se esvai.

Tudo que vem,
o amor que anoitece
quando amanhece ele sai
Tudo se vai.

O beijo que fica
e o beijo que cai
no romance puído
que ficou para trás.

Tudo que vem,
Tudo que vai.
No relógio atrasado
a saudade me trai.

terça-feira, 16 de julho de 2013

Memória

No topo de um pé de manga,
a infância rabisca minh'alma
de criança.